O que é uma Banshee?

O termo Banshee vem se tornando cada vez mais comum na cultura popular e sendo utilizado nas histórias em quadrinhos, no cinema, na literatura, em jogos eletrônicos e até mesmo sendo utilizado para batizar veículos.

Confesso que em um primeiro momento acreditei que o termo se referisse à alguma etnia indígena da América do Norte, como Cherokee ou algo do tipo, mas me enganei.

Afinal, o que seria realmente uma Banshee?

Uma Banshee é uma criatura originária da mitologia celta e seria a forma obscura do que normalmente se conhece como fada. Mas fadas são criaturinhas meigas, doces e bonitinhas, já a Banshee está bem distante disso.

O termo Banshee é oriundo do idioma irlandês arcaico, “Ben Síde”, e significa “Mulher Fada”, onde “Ben” significa mulher e “Side” seria uma forma possessiva de fada. Já no idioma irlandês moderno o termo passou a ser “Bean Sídhe”, mantendo o mesmo significado.

Vale lembrar que os “Sídh” são entidades oriundas das divindades pré-cristãs existentes na região, as religiões celtas.

Já na Escócia a criatura é conhecida como “Bean Nighe”, país cuja cultura tem raízes irlandesas, a cultura celta.

De acordo com as lendas a Banshee era um sinal de mau agouro, pois quando alguém a avistava sabia que sua morte estava próxima. Ela anunciava a morte e os gritos emitidos pela criatura indicariam os dias de vida que a pessoa ainda possuía. Caso, ao avistá-la, a criatura emitisse um grito, significaria que aquele era seu último dia de vida.

Diz-se, ainda, que uma Banshee seria o fantasma de uma mulher vítima de violento assassinato, cujo criminoso jamais fora punido. A criatura, então, circulava pelos arredores de festejos fúnebres chorando por aquele que falecera, como forma de remediar a dor da sua própria morte.

De acordo com a lenda uma Banshee pode se apresentar sob três formas: uma bela e atraente jovem, uma mulher de meia idade imponente e austera ou uma velha bruxa. Em todos os casos ela possui um rosto extremamente pálido, com olhos muito vermelhos e longos cabelos ruivos ou negros.

Ela poderia, ainda, se apresentar sob a forma de animais como uma ratazana, um corvo ou uma doninha, animais que na Irlanda são associados à bruxaria.

Como toda lenda transmitida oralmente através dos séculos, a da Banshee também possui várias versões. 

Há uma em que a criatura é descrita como uma mulher alta, esquelética, de cabelos brancos escorridos e que usa geralmente um vestido verde coberto por um manto cinzento, com capuz. Às vezes, porém, ela pode aparecer na forma de uma mulher pequena e velha, ou de uma jovem belíssima, de cabelos dourados e de roupa vermelha.

Ao longo da história várias pessoas afirmaram ter visto a criatura, a mais célebre delas, o Rei James I, da Escócia, afirmou (isso em 1437) ter se encontrado com uma Banshee e esta o teria alertado em relação à sua morte.

Ultimamente muitas lendas antigas tem sido abordadas em obras populares, provavelmente na ânsia de saírem do modismo vampiro/lobisomem, e a Banshee não poderia ficar de fora.

No filme “Gritos do Além” (Scream of the Banshee) a entidade, como o próprio título em inglês diz, é uma Banshee. Ele pode ser assistido no Youtube acessando o link.

Toda cultura possui suas próprias lendas, mas muitas acabam sendo uma assimilação de culturas vizinhas, como por exemplo a lenda da Moura Encantada, da cultura portguesa/galega, que sob muitos aspectos se assemelha com a da Banshee e pode ser um bom exemplo desse tipo de incorporação.

São lendas, como a do Saci-Pererê, do Lobisomem, do Curupira, entre tantas outras, mas quem pode afirmar com segurança que elas são apenas crendices?