10 julho 2012

Pequena Dissertação Sobre o Medo.


Prisioneiro do Medo

Prisioneiro do Medo

“Medo”, o mais primordial dos sentimentos humanos.


Muitos especialistas costumam fazer tal afirmação, o que gera muita discórdia, claro, uma vez que há quem afirme que seja a fome, outros o amor etc. O medo é um sentimento que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa ou passar por alguma situação angustiante, geralmente por se sentir ameaçado tanto fisicamente como psicologicamente. Pavor é a ênfase do medo.


Afirma-se que o medo é o maior inimigo do homem. O medo está por trás do fracasso, da doença e das relações humanas desagradáveis. Milhões de pessoas têm medo do passado, do futuro, da velhice, da loucura e da morte. O medo é um pensamento, uma idéia que se faz acerca de algo que desconhece ou evita. Em casos mais severos o medo se transforma em fobia.

Fobia é o medo persistente, excessivo e irreal de um objeto, pessoa, animal, atividade ou situação. É um tipo de distúrbio de ansiedade. Uma pessoa com fobia ou tenta evitar a coisa que ativa o medo, ou suporta isto com grande ansiedade e angústia. Definições a parte, a verdade é que o medo ganha mais espaço a cada dia em todos os veículos da mídia.

Mas por que as pessoas se interessam por esse sentimento uma vez que ele parece ser tão negativo? Porque há aqueles que nele encontram uma fonte de prazer quer seja em senti-lo quanto em fazer outras pessoas o sentir. Masoquismo? Sadismo? Deixarei um estudo mais aprofundado sobre o tema para a psicologia uma vez que minha intenção é chegar ao tema relacionado à literatura.

O GÊNERO HORROR
O medo sempre foi fonte de inspiração para escritores de todos os tempos que se deleitavam em ver as pessoas cochicharem pelos cantos ou perderem noites de sono por causa dos personagens e das situações por eles criados. Mas ultimamente a idéia parece estar bastante confusa. O que outrora era objeto de aversão das pessoas hoje desperta paixões e idolatria e como exemplo posso citar um caso bastante atual: o dos vampiros.

Essa paixão que hoje se nutre em relação aos sugadores de sangue se deve ao fato de terem sido desenvolvidas criaturas cujo lado bestial foi amenizado, dando lugar à compaixão, ao amor, à delicadeza e à beleza física. Quem se apaixonaria por Nosferatu, por exemplo?

Na literatura há quem ainda siga o horror clássico inspirando-se em mestres como Edgar Allan Poe e Howard Phillips Lovecraft, escrevendo histórias que fazem as pessoas terem medo de olhar para o lado, afetando seu psicológico e fazendo com que seus mais secretos pesadelos lhes assombrem a existência. Para mim, o verdadeiro horror não é apenas aquilo que nos causa um asco momentâneo ou nos faz apenas pular do assento com um susto, mas algo que o faz pensar, refletir acerca daquilo que o origina, nos faz ver coisas e situações com outros olhos, esse sim sempre terá lugar no gosto das pessoas que, por mais que se recusem em admitir, sentem prazer em passar por todos os tormentos que o gênero lhe impõe.

Corajosos? Sim. Pois a coragem não está em não sentir medo de nada (o que é impossível), mas sim, em possuir a capacidade de encarar aquilo que lhes traz esse sentimento. Hoje existem os que escrevem algo mais ameno e não seguem apenas o gênero horror, enveredando pelo reino da fantasia e inserindo em seus trabalhados entes como fadas e duendes, seguindo pela mitologia e coisas do gênero. Nesses casos costuma-se dizer que eles se dedicam à Literatura Fantástica, apelidada de Litfan pelo saudoso Henry Evaristo.

Em certos momentos ambos os gêneros parecem confundir-se, uma vez que o horror muitas vezes deixa de lado a realidade e também caminha pelo reino do fantasioso e do extraordinário, mas acredito que apenas os de coração mais forte costumem seguir pelas linhas dos verdadeiros contos de horror, mas infelizmente hoje o medo não é desperto nas pessoas apenas em histórias que se dedicam a isso, mas também nos jornais e noticiários. Seqüestros relâmpago, assassinatos, pedofilia e tudo o que povoa os noticiários e nos faz ter medo de sair às ruas, ou até mesmo de permanecer dentro de nossas coisas.

Parece que o medo e o horror adentraram a vida das pessoas definitivamente, elas querendo ou não.



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