22 maio 2014

Contos de fada originais.



Todos já ouvimos antes de dormir algum conto de fadas que nos ajudasse a pegar no sono, ou então vimos na televisão alguma adaptação dessas histórias.

Todas muito meigas e que, ao seu final, tentam transmitir alguma lição de moral.

Porém, o que nem todos sabem, é que as versões originais desses contos de fadas não eram tão meigas e nem sempre transmitiam alguma lição de moral muito louvável, possuindo detalhes que nos levam a algumas interpretações bastante bizarras.

A maioria dos contos de fadas eram contos populares originários de vilarejos medievais europeus e serviam para entreter os adultos e educar as crianças.

Mas por que eles eram tão horrendos?

O estilo de vida da época em que foram criados era bastante diferente do atual, quando as crianças estavam mais expostas a perigos como o ataque de lobos, por exemplo, além do estilo de vida ser consideravelmente mais violento.

Se bem que se formos pensar dessa forma, a situação atual não está assim tão diferente, nossas crianças apenas não estão tão propensas ao ataque de lobos, embora existam os Pit Bulls.

Os responsáveis por amenizar esses contos foram os Irmãos Grimm, que colecionavam contos populares sob a denominação de Contos de Fadas para Crianças, principalmente os de origem alemã e francesa.

Porém, para torna-los mais populares entre as crianças, eles fizeram algumas modificações tornando-os menos sangrentos. Alguns finais foram alterados, porém alguns deles ainda mantendo seus originais detalhes sórdidos.

Esses contos modificados acabaram se tornando populares, fazendo com que as versões originais acabassem sendo quase esquecidas.

Vamos conhecer então as versões originais de alguns desses contos.



Cachinhos Dourados.

O conto fala da história da menina xereta que invade a casa de três ursos com o objetivo de comer seu mingau, sentar em suas cadeiras e dormir em suas camas.

No final ela acorda, dá de cara com os ursos raivosos e foge pela janela.

Mas existem dois finais em sua versão original, datada de 1837: em um deles a menina não consegue escapar dos ursos e é destroçada e devorada por eles, já no outro a Cachinhos Dourados não era uma menina, mas sim uma velhinha, que ao tentar fugir pela janela acaba quebrando o pescoço.

Há, ainda, uma versão mais recente, onde a invasora acaba sendo presa, acusada de invasão de domicílio.



Chapeuzinho Vermelho.

A história da menina que, enquanto vai até a casa da vovozinha, se depara com o Lobo Mau, é bastante conhecida.

A menina conta ao lobo, com quem encontra no caminho, que está indo para a casa da velhinha levar-lhe guloseimas preparadas pela mãe e, ao chagar lá, se depara com o malvadão que pretende devorá-las.

Por sorte um caçador aparece e dá fim ao lobo, salvando a neta e a vovó.

Devido à sua popularidade esse conto possui diversos finais, muito mais cruéis do que esse e, na maioria, a menina e a avó não se dão bem.

Na versão de Charles Perrault, por exemplo, uma mocinha bem criada pede que o Lobo Mau a ensine como chegar à casa da vovó, mas ele lhe ensina o caminho errado, monta uma tocaia e acaba devorando-a.

Em uma mais antiga o lobo chega primeiro na casa da vovozinha, a mata e prepara um jantar com sua carne. O jantar é saboreado por ele e pela Chapeuzinho Vermelho. Depois de ambos se banquetearem com o cozido de anciã, a menina acaba se tornando a "sobremesa".

Existe até mesmo uma versão mais hot, onde a mocinha faz um strip-tease para o Lobo Mau e acaba fugindo enquanto ele se distrai.

Imaginemos então como que o lupino estava se distraindo...



Cinderella.

Na história que se tornou famosa a meiga e bondosa Cinderella é uma moça obrigada por sua madrasta a fazer todos os serviços domésticos, enquanto ela e as suas filhas se ocupam com futilidades.

Graças a uma Fada Madrinha ela vai ao baile real, se encanta com o príncipe, mas tem que ir embora antes da meia-noite. Na correria ela perde seu sapatinho mágico e, graças a ele, o príncipe a encontra, eles se casam, e todos vivem felizes para sempre.

Existem versões para esse conto em todas as partes do mundo, até mesmo na China, mas nas versões mais antigas a Cinderella não tem nada de meiga. Ela assassina sua primeira madrasta para que, assim, o pai se case com a empregada, que acaba se tornando a madrasta má.

O desenrolar da história segue então como o conhecido, até o momento em que o príncipe chega à casa da Cinderella: suas irmãs más cortam os próprios dedos e calcanhares para que os pés caibam no sapatinho encantado e, diante de tamanha bizarrice, passarinhos entram pela janela e bicam seus olhos até cegá-las.



Branca de Neve.

Sendo um dos contos de fadas mais famosos, a história não foge do clichê de que a menina linda, boa e meiga sofre nas mãos de uma madrasta má.

Diante da maldade da rainha ela foge para a floresta e encontra refúgio na casa dos sete anões, mas é enganada pela madrasta/rainha/bruxa e come uma maçã envenenada.

Os anões já estão prestes a sepultá-la quando um belo príncipe passa por seu caixão e resolve beijá-la, despertando-a do feitiço e casando-se com ela.

Não entendo por que alguém decidiria beijar um cadáver, muito menos um que sequer conhece, mas enfim...

Porém, de acordo com a versão original, alguns detalhes foram omitidos pela Disney como o fato de que o caçador enviado a mando da rainha para matar a Branca de Neve deveria apoderar-se de alguns de seus órgãos para que a rainha os jantasse.

E não existe a história do beijo apaixonado, na realidade, o príncipe coloca a bela mocinha desfalecida na garupa de seu cavalo e esta desperta com o galope.

O que o príncipe faria com o cadáver de uma bela moçoila eu deixo a cargo da imaginação mórbida do leitor.

A vilã da história tem um final bastante cruel: ela é obrigada a dançar até a morte, mas calçando sapatos de ferro em brasa.

Ainda bem que os Irmãos Grimm deram uma adocicada nos contos de fadas porque de duas uma: ou não teríamos historinhas para contar aos nossos filhos antes de eles dormirem ou ele cresceriam meio traumatizados (ou mais realistas).



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